Viola que não presta, faca que não corta
Se eu perder, pouco me importa
O cabo da minha enxada era um cabo bacana
Não era de Guatambú era de Cana Caiana
Um dia la na roça me deu sede toda hora
Chupei o cabo da enxada e joguei a enxada fora
Enxada que não presta, faca que não corta
Se eu perder, pouco me importa
A berada do telhado é morada do cuitelo
Sanhaço tem pena verde, mora no pé de marmelo
No galho da laranjeira sabiá peito amarelo
No braço dessa viola, mineiro de Monte Belo
Quando eu entro no catira os meus pés são dois martelo
As flores quando é de manhã cedo, com seu perfume no ar, exala
A madeira quando está bem seca, deixando no Sol bem quente, estala
Dois baianos brigando de facão sai fogo quando o aço, resvala
Os namoros de antigamente, se espiava por um buraco na sala